PROJETO- VIAJANDO
POR NOVOS CAMINHOS COM A TURMA DO JARDIM
Apresentação
A
educação infantil é uma etapa imprescindível na vida das crianças, na qual é
essencial que perpasse por ela brincadeiras e interações, pois estas promovem e
ampliam o desenvolvimento das mesmas. Este projeto de trabalho visa
proporcionar condições que favoreçam esse processo, pois sabe-se que a
convivência entre pares e o brincar trazem grandes benefícios à vida dos
pequenos.
Crady
e Kaercher (2001 p.105) ressaltam que,
O brincar
proporciona a troca de pontos de vistas diferentes, ajuda a perceber como os
outros o veem, auxilia a criação de interesses comuns, uma razão para que se
possa interagir com o outro. Ele tem, em cada momento da vida da criança, uma
função, um significado diferente e especial para quem dele participa. Aos
poucos, os jogos e brincadeiras vão possibilitando ás crianças a experiência de
buscar coerência e lógica nas suas ações governando a si e ao outro. Elas
passam a pensar sobre suas ações nas brincadeiras, sobre o que falam e sentem,
não só para que os outros possam compreendê-las, mas também para que continuem
participando das brincadeiras. Ai está o difícil e o fácil que é o brincar e o
conviver com o outro.
É
vislumbrado as crianças como sujeitos que pensam, falam e fazem escolhas que
desenvolveremos esse trabalho; a perspectiva é criar condições favoráveis para
o desenvolvimento e aprendizagem por meio da exploração de diversos elementos e
ambientes, viajando por novos caminhos e adquirindo uma melhor compreensão de
mundo.
Justificativa
As crianças precisam de condições que
possibilitem desvendar os mistérios da vida, elas são ótimas apreciadoras e
possuem uma incrível sensibilidade e nada melhor do que descobrir isso
brincando e interagindo, de forma saudável, com o próximo e com os objetos que
os cercam. Nós educadores devemos
incentivar essa curiosidade e essa vontade de dar sentido ao mundo. Para Craidy
e Kaercher (2001, p.103),
a criança
expressa-se pelo ato lúdico e é através desse ato que a infância carrega
consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura infantil,
desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos
conteúdos, a fim de se renovar a cada nova geração. É pelo brincar e repetir a
brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber
fazer, incorporando-o a cada novo brincar.
Ao brincar a criança aprende
a conhecer a si, ao meio em que está inserida e ao próximo, essa interação é de
suma importância, pois existe uma troca de conhecimentos, na qual um ajuda o
outro a crescer e a se desenvolver. É por meio do diálogo que surgem as
indagações, as dúvidas, o levantamento de hipóteses. Diante disso, o educador
deve ser um mediador e proporcionar formas para que essas curiosidades levem
sempre a outras ampliando o campo de visão de mundo.
Por meio desse projeto
buscaremos valorizar as crianças na construção de sua identidade e
socialização, envolvendo-as numa aprendizagem significativa e prazerosa.
Sabemos que momentos de conversas e brincadeiras, tem grande importância na
compreensão e interação com o mundo pela criança.
A criança não nasce
sabendo brincar por isso, partiremos da necessidade da criança em compreender o
mundo por meio do brinquedo, e de brincadeiras sempre observando que as
concepções de sujeito e criança estão presentes em diferentes lugares e culturas,
Kaercher (2001, p. 102) afirma que: “entender essas concepções é possibilitar
que vivam intensamente o seu modo de ser criança. É compreender sua cultura,
seus valores, desejos, e, principalmente, as necessidades que têm de
compreender a realidade que as cerca através do brinquedo”.
O brincar transforma
significados sobre o mundo à criança, é compreendido como significações que
estruturam as relações entre elas. A brincadeira se enriquece no espaço social,
proporcionam experiências, reelaborações de ações, interações e convivência
social, Borba (2009, p. 71) explicita que:
No brincar, as
crianças vão também se constituindo como agentes de sua experiência social,
organizando com autonomia suas ações e interações, elaborando planos e formas
de ações conjuntas, criando regras de convivência social e de participação nas
brincadeiras.
Pretendemos
contribuir para a aprendizagem das crianças de uma forma mais significativa
criando possibilidades de conhecimento por meio das brincadeiras envolvendo-as
em situações lúdicas, prazerosas.
Nessa perspectiva o brincar não é uma forma
de ocupar o tempo, mas sim uma linguagem que fornece subsídios para a
expressão, sendo também um meio de desenvolver habilidades corporais,
cognitivas e de aprender a conhecer, além de propiciar a experimentação de
sentimentos, tais como prazer, alegria, medo, entre outros que afloram no ato
lúdico.
Essa
forma de pensar o brincar influencia a pratica de tal modo que as trocas entre
adulto-criança tornem-se extremamente significativas para o desenvolvimento e
aprendizagem na educação infantil.
Vygotsky
(apud Borba, 2009 p.72) afirma que,
brincar é fonte
de desenvolvimento e de aprendizagem, construindo uma atividade que impulsiona
o desenvolvimento, pois a criança se comporta de forma mais avançada que na
vida cotidiana, exercendo papeis e desenvolvendo ações que mobilizam novos conhecimentos,
habilidades e processos de desenvolvimento
e de aprendizagem.
Para
promover o brincar das crianças bem pequenas, é essencial um ambiente
apropriado, estimulante e uma interação qualificada, onde o educador seja
também ouvinte das vontades e anseios das crianças, criando laços de
afetividade e confiança através do lúdico. Estas atitudes são resultantes da percepção
do adulto sobre a criança como sujeito ativo, capaz de aprender sobre a
importância do brincar como elemento relevante para o desenvolvimento
cognitivo, social e emocional das crianças.
Desde
pequenas, as crianças desenvolvem situações de interação com os mais velhos,
que constituem formas essenciais da aprendizagem e do brincar. “Moura (2009 p.81) afirma que ‘‘a brincadeira
favorece a interação” e através das brincadeiras que o educador cria laços mais
concretos com as crianças, e elas se sentem confiantes em se expressar,
comunicar e colocar seu ponto de vista, formando assim sua personalidade,
através do lúdico e da interação com o educador, colegas e outras que compõem a
instituição e os familiares. E o desafio de estar com as crianças passa pela
comunicação, pois interpretá-las exige disponibilidade, conhecimento e
interesse por parte do adulto.
Objetivos
· Valorizar e compreender as crianças como
seres de direitos, ativos e capazes de agirem sobre o mundo;
· Colocar em prática a proposta do Projeto
Coletivo de Estágio, no qual as brincadeiras e interações são imprescindíveis e
devem nortear o trabalho na educação infantil;
· Promover por meio do diálogo um ambiente
na qual as crianças sintam prazer para expor suas ideias, pensamentos e
vontades, interagindo e aprendendo umas com as outras.
Metodologia
Foi através das
observações e coletas de dados no campo creche e no Projeto Coletivo de
Estágio, que o processo metodológico se constituiu para elaboração desse
projeto. Partimos da ideia de que as brincadeiras e as interações devem nortear
o trabalho na educação infantil.
Visando as crianças
como seres de direitos, busca-se atender suas curiosidades, através de
interações, rodas de conversas, dinâmicas de grupos, cantigas de rodas,
teatros, brincadeiras entre outros, sempre proporcionando ricas vivências, na
qual as crianças poderão, dentro do espaço coletivo, exercitar sua criatividade
e imaginação, explorar e adquirir sua compreensão de mundo, utilizando das
múltiplas linguagens, de forma a valorizar suas potencialidades.
Ressaltando que todo o
processo se dará com base no que os pequenos se interessam e almejam desvendar,
para isso estaremos sempre reavaliando as práticas e fazendo novos
planejamentos, no intuito de atender e promover o desenvolvimento dos mesmos.
Recursos
Durante
as vivências utilizaremos materiais simples e de acordo com a realidade da
Instituição da Educação Infantil, trabalhando com materiais recicláveis como o
papelão e o jornal, ressaltando o valor de transformar um material utilizado em
algo de grande significância como o brinquedo. Para criar um ambiente prazeroso
e descontraído utilizaremos de cantigas e de outros gêneros musicais, de acordo
com cada encontro.
Proporcionaremos
as crianças momentos para explorarem sua linguagem oral através da
dramatização, contação de histórias, das músicas e brincadeiras. No decorrer
das vivências as crianças terão maior contato com diferentes materiais, através
de oficinas de arte: Produção de cavalinhos de papelão e de barquinhos de papel
cartão.
Avaliação
Durante
o desenvolvimento deste, as avaliações dar-se-á através de reflexões junto às
crianças, tendo como parâmetro a coerência entre as concepções defendidas e as
práticas empreendidas. O processo avaliativo constituirá de duas vertentes: uma
direcionada a acompanhar o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos e a outra
de qualificar nossa prática pedagógica com a finalidade de redirecionar nossa
caminhada sempre que se fizer necessário.
Referências
BARBOSA,
Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos pedagógicos na
educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BORBA,
Angela Meyer. A brincadeira como experiência de cultura. In: CORSINO, Patricia
(org.). Educação Infantil – cotidiano
e políticas. Campinas, SP: Autores e Associados, 2009.
BRASIL,
Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. MEC,
2010.
DORNELLES,
Leni Vieira. Na escola infantil todo mundo brinca se você brinca. In: CRAIDY,
Maria, KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva (orgs.). Educação infantil - pra que te quero? Porto alegre: Artmed, 2001.
MALUF,
Angela Cristina Munhoz. Brincar: Prazer
e Aprendizado. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
MULLER,
Fernanda, REDIN, Marita M. Sobre as crianças, a infância e as praticas
escolares. In: MULLER, Fernanda, REDIN, Marita M. et al. (orgs). Infâncias – cidades e escolas amigas
das crianças. Porto Alegre: Mediação, 2007.
PIMENTA,
Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista
Poíesis - Volume 3, Números
3 e 4, p.5-24, antyi2005/2006. (antigo).
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